A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) divulgou que, entre janeiro e abril de 2025, o Brasil adicionou expressivos 2,86 gigawatts (GW) de potência instalada por meio de sistemas de micro e minigeração distribuída (MMGD). Esse crescimento representa um marco importante para a expansão descentralizada da geração de energia no país, especialmente em um cenário de transição energética e busca por segurança energética.
Avanço expressivo da geração distribuída
Com a nova potência adicionada, 393 mil imóveis passaram a ser beneficiados com créditos de energia elétrica, o que inclui desde residências até estabelecimentos comerciais, propriedades rurais e pequenas indústrias. A GD tem se mostrado um vetor relevante de democratização do acesso à energia, permitindo que consumidores sejam também produtores e injetem excedente na rede.
De acordo com dados da ANEEL, o Brasil já soma 3,47 milhões de sistemas conectados à rede elétrica por meio da MMGD, com uma potência total de 39,22 GW instalados até o final de abril de 2025. A geração distribuída tem contribuído ativamente para aliviar o sistema interligado, especialmente em períodos de maior demanda.
Perfil dos consumidores
O perfil dos consumidores de MMGD segue majoritariamente composto por clientes residenciais, que representam 80% dos sistemas em operação. O setor comercial responde por cerca de 10% e a classe rural por 8,59%, demonstrando a crescente adoção dessa tecnologia também no campo, em atividades agropecuárias e agroindustriais.
Essa diversidade de perfis reforça a importância da MMGD não apenas como estratégia de economia e sustentabilidade, mas também como mecanismo de inclusão energética e desenvolvimento regional. A expansão da geração distribuída tem gerado impactos positivos no mercado de trabalho, estimulando a formação de profissionais e a cadeia de fornecedores.
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Destaques por estado
Entre os estados com maior crescimento no período, São Paulo lidera com folga, registrando a instalação de 46 mil novas usinas, que somam 405 megawatts (MW) em potência. Na sequência, Minas Gerais aparece com 270 MW adicionados, enquanto o Mato Grosso se destacou com 262 MW, impulsionado pela forte adoção da MMGD em áreas rurais e agroindustriais.
Esse crescimento estadual reforça a importância das políticas regionais de incentivo à geração distribuída, incluindo linhas de crédito, isenções fiscais e programas de financiamento de equipamentos fotovoltaicos e de infraestrutura elétrica associada.

Perspectivas para 2025
Com a implementação contínua da Lei nº 14.300/2022, que institui o marco legal da geração distribuída, espera-se que o setor siga em expansão. A nova legislação traz segurança jurídica e estabelece regras claras de compensação de energia, o que favorece a previsibilidade para consumidores e integradores.
O crescimento nos primeiros quatro meses de 2025 sinaliza que o país poderá superar as estimativas anuais de expansão da GD, consolidando-se como um dos principais mercados de energia solar distribuída do mundo.
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