O Plano Decenal de Expansão de Energia 2034 (PDE 2034), divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e pelo Ministério de Minas e Energia (MME), revelou que a matriz elétrica brasileira deve manter cerca de 87% de participação de fontes renováveis até 2034. Esse dado reforça a posição do Brasil como um dos países com maior proporção de energia limpa no mundo.
Segundo o documento, a previsão é que o país alcance 311 GW de capacidade instalada no fim da década, com forte presença de fontes como energia eólica, solar fotovoltaica, biomassa e hidrelétricas. Além disso, a micro e minigeração distribuída (MMGD) deverá representar 16% da matriz elétrica nacional, com 58,8 GW instalados distribuídos em mais de 4 milhões de unidades geradoras.
O PDE 2034 também prevê a introdução de 800 MW em tecnologias de armazenamento de energia e a inserção de 2 GW em resposta da demanda. Essas soluções serão fundamentais para lidar com a intermitência das fontes renováveis e garantir estabilidade ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
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A manutenção da matriz elétrica renovável em níveis elevados se alinha às metas climáticas do Brasil, que pretende atingir a neutralidade de emissões até 2050. O setor elétrico, embora responda por apenas 5% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) do país, tem papel estratégico na descarbonização da economia.
Outro ponto de destaque é a resiliência do sistema elétrico frente às mudanças climáticas. O plano inclui análises específicas sobre operação das hidrelétricas, cenários críticos de vazão e alternativas para garantir a segurança do suprimento em regiões mais vulneráveis.
Com isso, o PDE 2034 consolida uma trajetória de longo prazo sustentável para o setor elétrico, valorizando a vocação renovável brasileira e atraindo investimentos nacionais e internacionais em projetos de energia limpa.